terça-feira, 25 de setembro de 2007

ALGUMAS DICAS AOS PRINCIPIANTES


1) Não espere que seu adversário não "veja" o que tenciona fazer: jogue sempre o melhor que puder. Somente em desespero de causa devemos buscar algo insólito, uma manobra qualquer em desacordo com os lances normais que a posição faz prever, e que nos tire da difícil situação em que porventura nos encontremos.

2) É preferível traçar um plano incompleto, ou mesmo defeituoso, do que deixar-se levar à deriva, sem plano algum. Da mesma forma, é preciso prestar também atenção ao que o adversário faz, ou pretende; não é sensato jogarmos como se estivéssemos sós diante do tabuleiro e as manobras do adversário não nos dissessem o mínimo respeito.

3) Deixamos aqui advertido aos iniciantes que não se deixe tentar pela idéia de imitar pura e simplesmente, em suas partidas, os lances de partidas alheias, vistas ou estudadas, sem o emprego do devido juízo crítico; cada partida tem sua individualidade e estrutura lógica, somente sendo possível repetir-se uma posição se o adversário também contribuir para isso, o que não é aconselhável nem razoável esperar - principalmente se ela for causada por manobra ou lances inexatos.

4) Ao contrário dos demais esportes , onde é "esportivo" ou "belo" lutar até o fim, no xadrez é de boa norma abandonar uma partida tão logo se torne evidente a inutilidade da resistência. Reconhecer plenamente a vitória do adversário no momento exato, evitando tornar-se antipático, é considerado elevada virtude enxadrística. Entre mestres de categoria, não é incomum o abandono da partida por alguém que tenha perdido material tão leve como um peão, e as vezes apenas por inferioridade de posição - desde, é claro, que uma análise objetiva revele a inexistência de qualquer compensação e a impossibilidade de evitar a derrota.

5) Embora a finalidade do jogo seja dar mate ao rei, isto não quer dizer que se deva jogar desprezando todos os demais fatores presentes em uma partida, como se fosse importantíssimo dar mate em poucos lances; devagar se vai ao longe, e afinal de contas, nosso adversário começa com peças iguais às nossas e tem o mesmo objetivo final.

6) É sempre importante colocarmos o rei em segurança, ou mantê-lo protegido com outras peças. De nada serve, também, trocar demasiadamente material com o adversário - principalmente peões - sob risco de sermos vítima de algum golpe de surpresa ou armadilha elaborada pelo oponente na zona mais delicada do tabuleiro: aquela onde temos o rei.

7) Quem tem superioridade material deve procurar a simplificação mediante trocas adequadas, aproximando-se do final da partida: estará, deste modo, cortando as garras do adversário. Inversamente, se estivermos em situação materialmente inferior devemos evitar manobras simplificadoras que nos tirem a possibilidade de reagir.

8) O domínio e a ocupação de pontos estratégicos importantes são a condição básica para a obtenção de superioridade posicional e garantia de êxito em nossas manobras táticas. Entre os pontos estratégicos importantes salientam-se: as colunas abertas ou flancos, de fundamental importância para o movimento das torres; as casas fortes (d5, e5, d6, e6), de grande utilidade para a instalação de cavalos; o domínio do centro do tabuleiro-zona nevrálgica de onde se pode atingir a todas as direções rapidamente; a ocupação desse mesmo centro com peões solidamente apoiados, o que impede o crescimento de qualquer ataque inimigo.

9) O local mais adequado para o rei, especialmente enquanto existem muitas peças inimigas em jogo, é aquele em que se encontra depois de rocado: a área aproveitável para o ataque das peças contrárias é bem menor, comparada com sua colocação inicial. Inversamente, à medida que são trocadas as peças e nos aproximamos do final, o rei perde sua timidez e encaminha-se para o centro da luta em auxílio às suas companheiras, transformando-se em uma vigorosa peça que freqüentemente decide a sorte do combate.

E a mais importante das dicas:

10) Jamais subestime seu adversário, mesmo que ele seja menos experiente que você, ou que no desenvolver da partida, você encontra-se em grande vantagem (material ou posicional) sobre o mesmo, pois enquanto houver a possibilidade da vitória, o oponente tentará executá-la.



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REGRAS PARA A ABERTURA

1. Inicie a partida com o peão na frente do rei (ou da dama) dois passos.

2. Sempre que possível desenvolva uma peça que ameace alguma coisa.

3. Desenvolva os cavalos antes dos bispos, especialmente o da ala do rei.

4. Escolha a melhor casa para sua peça e ocupe-a com o menor número de lances.

5. Movimente um ou dois peões na abertura e não mais.

6. Não movimente a dama precocemente.

7. Faça o roque o mais cedo possível, e dê preferência ao roque na ala do rei (roque pequeno).

8. Jogue para obter o controle das casas centrais.

9. Esforce para manter ao menos um peão no centro.

10. Não movimente a mesma peça duas vezes.

11. Evite colocar suas peças nos cantos do tabuleiro.

12. Procure conquistar espaço para a livre movimentação de suas peças, do contrário, cairá em posições restringidas.

13. Tente trabalhar com suas peças em harmonia (conjunto), uma colaborando com outra.

14. Cuidado com os lances anódinos (aqueles que não objetivam nada).

15. Não sacrifique material sem um motivo claro e imediato.

16. Para o sacrifício de um peão, deve existir uma das quatro razões seguintes:
a) Assegurar uma vantagem real no desenvolvimento;
b) Desviar a ação de uma peça inimiga, em particular da dama;
c) Impedir o roque adversário, temporária ou definitivamente;
d) Construir um forte ataque.

Fonte: adaptado do livro Xadrez Básico - Orfeu D’Agostini

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